Mala sem alça
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| "Estou pronta", por Maria Hergueta |
Estou aqui enrolando pra arrumar minha mala. Fim de férias e já é hora de voltar.
Se bem que, estar no Rio de Janeiro, são mais do que as férias tradicionais onde a gente descansa, passeia e conhece lugares novos. Estar aqui é rever a família, os amigos, os lugares já conhecidos. É ficar sabendo das fofocas, das mudanças. É ficar orgulhosa de ver a maioria crescendo e continuando.
Certa vez, minha mãe me disse uma das maiores verdades de todos os tempos. Disse que ninguém neste mundo é imprescindível, nem mesmo eu. Entendi o significado disso antes dela terminar a frase. O que eu deveria fazer era mostrar para as pessoas que quero estar presente. Fazer questão, mesmo sem ser necessária. Porque é assim que gosto que sejam comigo. Então, acho que estar aqui, também significa me fazer lembrar.
Ir embora de um lugar ou de alguém é difícil. Arrumar a mala, pior ainda, porque sempre tem alguma coisa que sobra e outra que falta. Mas aí fica o consolo de uma outra frase, dessa vez do meu pai. Ele diz que não existem viagens de volta, que são todas de ida. É por isso que me permito querer ir pra onde vou agora e, daqui a pouco, vir de novo pra cá.
E, quem sabe, somar outras idas e vindas no meio do caminho.

