Sinestesia


De repente, um dia de verão leva a gente pra Av. Pasteur e faz desviar ali onde aparece a pontezinha, que é pra gente atravessar e continuar a caminhada de um outro jeito.
Daí que é mais um fim de tarde no Rio. E tem um monto de gente trabalhando e , outros, não, como eu , que vou caminhando sem pressa até o Garota da Urca.
E o dia está tão bonito que consigo uma mesa colada na calçada, de frente pra areia da praia e pro Cristo. E primeiro penso que ele também pode estar olhando pro nosso lado. Com cara de "isso mesmo, pode acreditar, eu tô aqui".
E antes de me perder entre o que acredito e não acredito, só porque o dia hoje decidiu que ia ser perfeito, vem o Mel(l)o atender a gente. Toma nota das 2 caipirinhas, 2 garrafas de água sem e um "daqui a pouco a gente pede o resto".
O Mello que tem essa cara de que é garçom há muito tempo. Garçom do Rio. Garçom que trabalha de frente pro mar. E sai do bar, traz a bebida até a mesa e a serve pela calçada "pra tomar um arzinho fresco".
E depois vem o miXto quentinho, a mini torta alemã. As outras 2 caipirinhas.
E aí até tiro foto com o Mello pra tentar registrar a magia do momento.
E tiramos sei lá quantas outras fotos, mesmo sabendo que nenhuma delas vai conseguir guardar um pedacinho sequer daquela perfeição toda.
Depois de umas poucas 3 horas lá sentados, a gente pede a conta, paga e volta caminhando pelo mesmo lugar - que, definitivamente, já não é o mesmo.
É de noite. A luz é outra, os barcos são outros. Os olhos dos barcos são outros. Mas ainda dá tempo de sentir, só mais um poquinho.
Chegamos em casa. Sento pra escrever, pra compartilhar.
É, maravilhosa mesmo.

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